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ARTROPLASTIA CERVICAL

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O que é 
Artroplastia cervical ou Substituição do Disco Cervical ou Disco Cervical Artificial   

O disco intervertebral cervical natural é uma estrutura mecânica surpreendente do ponto de vista da engenharia. Ele tem a capacidade de absorver uma grande carga compressiva enquanto ainda fornece uma impressionante amplitude de movimento entre os ossos do pescoço. 

Replicar a forma e a função do disco natural com um disco sintético ou artificial é um desafio. No entanto, vários discos cervicais artificiais foram desenvolvidos e estão disponíveis como uma opção cirúrgica para pacientes com problemas de disco cervical sintomáticos. 

Disco Cervical - Dr. Felipe Figueiredo

O que é um disco cervical artificial?

Artroplastia Cervical - Dr. Felipe Figueiredo

Um disco cervical artificial é um dispositivo inserido entre duas vértebras no pescoço para substituir um disco danificado. A intenção do disco artificial é preservar o movimento no espaço do disco. É uma alternativa à discectomia e fusão cervical anterior - artrodese cervical - (ACDF) comumente realizada, apesar de ser um procedimento cirúrgico projetado para abordar a patologia eliminando o movimento no nível do disco doente. 

A cirurgia de substituição artificial de disco (ADR) - também conhecida como artroplastia total de disco ou substituição total do disco (TDR) - é normalmente realizada para um paciente com hérnia de disco cervical que está causando dor no pescoço e/ou dor no braço e que não respondeu a opções de tratamento não cirúrgico, o que afeta significativamente a qualidade de vida e a capacidade de funcionamento do indivíduo. 

As vantagens do disco cervical artificial em comparação com uma fusão/artrodese incluem: 

  • Manutenção do movimento normal do pescoço 

  • Redução da Doença do Disco Degenerativo Cervical de segmentos adjacentes da coluna cervical (isto é, reduz a doença nos outros discos da coluna cervical) 

  • Elimina possíveis complicações e problemas associados à necessidade de um Enxerto Ósseo para a Fusão da Coluna e a Instrumentação da Coluna Vertebral Cervical usada na cirurgia de ACDF 

  • Permite o movimento precoce do pescoço pós-operatório 

 

O primeiro relato de substituição de disco cervical na literatura médica apareceu no South African Medical Journal em 1964.

 

Desde então, tem havido grande progresso na pesquisa e na tecnologia do campo de artroplastia de disco cervical. Além disso, houve progresso na compreensão do processo da doença que pode resultar na necessidade de substituição do disco.

Indicações para um disco cervical artificial 

As indicações para uma substituição de disco cervical são semelhantes àquelas para uma discectomia e fusão cervical/artrodese cervical (ACDF).  

O paciente deve ter um disco cervical sintomático, que pode muitas vezes estar causando dor no braço, fraqueza ou dormência/formigamento nos braços e/ou algum grau de dor no pescoço.  

Estes sintomas podem ser devidos a hérnia de disco e/ou osteófitos (esporões ósseos) que comprimem os nervos adjacentes (raízes) ou a medula espinhal. Esta condição ocorre mais comumente nos níveis da coluna cervical C4-C5, C5-C6 ou C6-C7.

Raio X Artroplastia Cervical - Dr. Felipe Figueiredo

Critérios para realização de Artroplastia Cervical 

 

Antes de ser considerado para uma substituição de disco cervical, o candidato geralmente deve atender a critérios definidos, como: 

  • Dor cervical significativa podendo estar associada a sintomas neurológicos, que irradiam para o braço (Radiculopatia) 

  • Radiculopatia foraminal cervical 

  • Quadro clínico que dure pelo menos de 4 a 6 semanas associado à falha no tratamento não cirúrgico/conservador, como: medicamentos anti-inflamatórios, fisioterapia, RPG, cinesioterapia, hidroterapia, entre outros. 

  • Mielopatia cervical devido à compressão discal 

  • Bom estado geral de saúde 

  • Em caso de cirurgia acima de dois níveis pode ser utilizada a técnica híbrida 

 

Ausência de todos os itens a seguir: 

  • Infecção ativa 

  • Artrite avançada que necessite de artrodese 

  • Evidência clínica ou radiológica de instabilidade que necessite artrodese 

  • Osteoporose grave 

É importante lembrar que a maioria dos pacientes com sintomas de hérnia de disco, disco degenerado e/ou artrite no pescoço não precisam de cirurgia inicialmente. Normalmente é iniciado tratamento não cirúrgico utilizando medicamentos anti-inflamatórios, fisioterapia, RPG, Pilates, acupuntura. 

Muitos pacientes experimentarão alívio da dor com métodos não cirúrgicos dentro de 4 a 6 semanas. Para pacientes que não experimentam alívio suficiente da dor com limitação funcional e mecânica, a cirurgia pode ser uma opção. 

Para a maioria desses pacientes, tanto a discectomia cervical anterior associada a fusão/ artrodese ou a técnica de substituição artificial do disco cervical/artroplastia cervical são opções cirúrgicas viáveis e possíveis a serem consideradas.

Entenda a Patologia do Disco Cervical  

 

A doença degenerativa do disco cervical da coluna é uma condição bastante prevalente. 

Estudos mostraram que: 

  • Depois dos 40 anos, quase 60% da população tem evidência radiográfica de degeneração da coluna cervical. 

  • Aos 65 anos, 95% dos homens e 70% das mulheres terão algum tipo de alteração degenerativa que pode ser vista na radiografia. 

 

Felizmente, muitas dessas mudanças observadas em imagens de raios X podem ser consideradas um fenômeno geral do envelhecimento e não patológicas (problemáticas), já que muitas pessoas com alterações degenerativas não apresentam dor ou outros sintomas. 

No entanto, em alguns pacientes, a degeneração do disco pode resultar em herniação do disco e formação de osteófito (esporão ósseo). 

Os sintomas de degeneração do disco incluem dor no pescoço e dor no braço radicular (dor “elétrica” que irradia do pescoço para baixo do braço e, às vezes, para a mão e dedos). Além dessas dores, os sintomas podem incluir dormência, formigamento, fraqueza ou falta de jeito. Esses sintomas também podem irradiar para o braço.

Hérnia de Disco Cervical - Dr. Felipe Figueiredo

Possíveis causas de degeneração do disco: 

 

Possíveis causas de degeneração do disco: 

  • Desidratação do disco 

  • Artrite/Artrose articular facetária 

  • Alteração do quadro de colágeno 

  • Trauma ou lesão 

 

Quando a cirurgia do pescoço pode ser considerada? 

 

Muitos casos de dor ou outros sintomas de doença degenerativa do disco cervical e/ou hérnia de disco cervical não requerem nenhum tipo de tratamento intervencionista. Porém existem casos que são resistentes a tratamentos não cirúrgicos e requerem algum tipo de intervenção cirúrgica. 

A maioria das estratégias cirúrgicas requer uma abordagem anterior da coluna cervical (na parte da frente do pescoço) e a remoção do disco cervical juntamente com a hérnia. No caso do ACDF/Artrodese, o espaço ocupado pelo disco é então substituído por um bloco de osso que leva à fusão das duas vértebras no lugar do disco. Relatos na literatura indicam que, no paciente adequadamente selecionado, essa forma de cirurgia pode resultar em mais de 90% de taxa de sucesso. 

Existem duas articulações na frente da coluna cervical, chamadas articulações não-vertebrais, e duas articulações facetadas nas costas. Esta combinação de articulações permite uma ampla gama de movimentos, ao mesmo tempo que proporciona estabilidade suficiente no pescoço. O objetivo na substituição do disco cervical é remover o disco agressor, bem como manter a amplitude de movimento. A esperança é que a manutenção da amplitude de movimento no(s) segmento(s) afetado(s) do pescoço possa impedir o risco de doença de nível adjacente que possa se desenvolver após o ACDF. 

Substituuição de Disco Cervical - Dr. Felipe Figueiredo
Artroplastia Cervical - Dr. Felipe Figueiredo
Artroplastia para Hérnia de Disco - Dr. Felipe Figueiredo

Referências 

Reitz H, Joubert M. Cefaleia intratável e cérvico-braquialgia tratados por substituição completa de discos intervertebrais cervicais por uma prótese de metal. South African Med J. 1964; 38: 881-884. 

Gore DR, Sepic SB, GM Gardner, Murray MP. Dor no pescoço: um seguimento a longo prazo de 205 pacientes. Espinha (Phila Pa 1976). 1987; 12 (1): 1-5. 

 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3576350. Acessado em 17 de novembro de 2014. 

Para saber qual o melhor tratamento indicado para sua patologia, o paciente deve sempre procurar um médico especialista. 

 

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